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* fonte: Revista Adventist World - Janeiro 2012 - Saúde no Mundo
escrito por Allan R. Handysides e PeterN. Landless - informações abaixo
"o doutor me disse que tive uma infecção antibiótico-resistente do trato urinário. Tive que tomar um antibiótico muito caro por via intravenosa. Fiquei doente e gostaria de saber mais. Agora estou nervosa e quero fazer tudo o que posso para prevenir uma recorrência.
Sou mulher, 45 anos, casada e mãe de dois filhos de 14 e 16 anos".
Sou mulher, 45 anos, casada e mãe de dois filhos de 14 e 16 anos".
As infecções do trato urinário (ITU) são muito comuns nas mulheres. De fato, todos os anos, de cada cem mulheres com idade entre 20 a 24 anos, 12 contraem essa infecção. Mais de 40 por cento das mulheres são acometidas por ITU pelo menos uma vez na vida e cerca de 25 a 33 por cento têm mais do que apenas uma infecção.
O germe mais comum, causador dessa infecção, é chamado Escherichia coZi (E. coli). Durante os últimos anos um número crescente desses germes se tornou resistente a vários antibióticos. Esses organismos são resistentes porque produzem a enzima "beta-lactârnica" que destrói o antibiótico. Eles foram chamados de organismos produtores de beta-lactârnicos de largo espectro, ou abreviado para ESBL.
A E. coli tem uma habilidade especial de causar ITU por se associar a glicoproteínas na parede da bexiga. Essas E. coli são especialmente perigosas para o trato urinário por possuírem pequenas fímbrias (dedos) que se agarram às células da bexiga, impedindo que sejam eliminadas. Algumas dessas E. coli também secretam toxinas danificando a mucosa da bexiga e provocando a infecção.
A bexiga produz substâncias para se defender que dão certa resistência à infecção, e os rins também produzem
proteínas que recobrem as fímbrias da E. coli. As ITU acontecem quando esses mecanismos de defesa não funcionam.
À medida que as mulheres vão ficando mais idosas e chegam ao período pós-menopausa ficam mais susceptíveis à ITU, porque a quantidade das bactérias que mantêm a acidez da vagina diminui e retardam o crescimento da E. coli chamadas de lactobacilos amigáveis. O uso de antibióticos também diminui o número desses lactobacilos. A anatomia da mulher facilita que as bactérias do cólon (E. coli) invadam a bexiga. A variedade de métodos recomendáveis, como a direção da limpeza e o uso de duchas, não se têm mostrado eficientes para reduzir o risco de infecção no trato urinário.
proteínas que recobrem as fímbrias da E. coli. As ITU acontecem quando esses mecanismos de defesa não funcionam.
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Como prevenção, que é nossa ênfase nesta coluna, sugiro que beba grandes quantidades de água - o suficiente para manter a urina clara - prática que pode ser útil para mulheres com infecção urinária. Esse é um modo natural de lavar a bexiga com frequência. Certamente, toda anormalidade que pode ser corrigida deve ser tratada. Tomar suco de frutas (vermelhas ácidas) disponíveis na região do mundo onde você mora, tornará a urina mais ácida e, possivelmente, impedirá a aderência de bactérias na parede da bexiga. Lactobacilos, em cápsulas, têm sido administrados como probiótico para preencher a vagina, mas não há evidências de que tal procedimento seja eficaz para reduzir a incidência das ITU.
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Na mulher, na pós-menopausa, a aplicação tópica na vagina de pomada de estrogênio pode ajudar a recuperar as células vaginais e os lactobacilos aumentando a acidez que inibe a E. coli, No entanto, as pesquisas não apresentam resultados uniformes de apoio a tal tratamento. Apesar do aumento das formas altamente resistentes de E. coli, ainda há algumas estratégias de combate às infecções do trato urinário. Um tipo de antibiótico chamado carbapenêmico, que deve ser administrado por via intravenosa, é capaz de erradicar esses organismos resistentes.
As culturas da urina geralmente mostram sensibilidade a antimicrobianos baratos e mais comuns, e esses, são os que devem ser usados para ITU sintomáticas. Um medicamento antibacteriano chamado fosfomicina tem sido usado na Europa e no Japão e, até agora, parece ser uma medicação satisfatória quando administrada em dose única de três gramas. Porém, esse medicamento não cura infeções renais e sepse, não sendo, portanto, indicado para essas infecções mais sérias. No laboratório, o ácido clavulânico demonstrou ser eficaz contra E. coli resistente, mas, na prática, OS resultados não foram positivos.
A ciência continua pesquisando várias combinações de antibióticos. Enquanto isso, beber muita água e outros líquidos, higiene pessoal impecável e, se estiver na pós-menopausa, a possibilidade do uso local do estrogênio são para a mulher a melhor esperança de se livrar das infecções do trato urinário .
Adventist World - janeiro 2012 |
Allan R Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia e Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
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