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Icterícia é o nome que recebe o amarelamento da pele causado pelo aumento da concentração de bilirrubina no sangue. Segundo a hepatologista pediátrica, Gilda Porta, a bilirrubina é um pigmento amarelado presente nas hemoglobinas, células que transportam o oxigênio pelo organismo. Elas se renovam continuamente e, quando envelhecem, desmancham-se e liberam o pigmento.
Por que acontece no recém-nascido?
Na gestação, o oxigênio que abastece o bebê é distribuído por hemoglobinas especializadas em recolhê-lo diretamente do sangue materno. Após o nascimento, entra em ação um novo tipo de hemoglobina, que extrai o oxigênio do ar que chega pela respiração. Essa mudança decreta a aposentadoria das hemoglobinas fetais, que se desfazem e saturam o sangue.
Todos passam por isso?
Sim. A diferença é que alguns já têm o fígado suficientemente maduro para eliminar a sobrecarga. A maioria - principalmente os prematuros -, porém, precisa de alguns dias até que o órgão atinja a capacidade plena. Essa variação é perfeitamente normal, mas dá origem à icterícia neonatal, que surge sempre nos primeiros dias de vida e regride naturalmente em cerca de uma semana.
Qual é o perigo?
Em concentração excessiva, a bilirrubina pode acarretar danos neurológicos irreversíveis. O tratamento consiste na fototerapia, que é a exposição do bebê a lâmpadas especiais. Elas emitem radiações, também presentes na luz do sol, que não eliminam a bilirrubina, mas neutralizam seu potencial de agressão. Casos mais graves pedem internação, para que o efeito da fototerapia seja monitorado e ajustado em função do nível de bilirrubina, medido por exames periódicos de sangue.
Quando o tratamento é necessário?
O amarelamento provocado pela icterícia neonatal é típico. Começa pelo rosto e passa por tronco, costas e abdome antes de seguir pelos membros até alcançar mãos e pés. Nem sempre todo esse caminho é percorrido, e a gravidade se avalia justamente pelo avanço: quanto mais rápido e extenso, mais grave. Se não chegar até braços e pernas, a fototerapia é desnecessária. Mas o pediatra pode optar pelo tratamento depois de avaliar fatores como ritmo de evolução, idade do bebê e algumas predisposições e características familiares (orientais, por exemplo, tendem a uma concentração maior de bilirrubina). Qualquer icterícia que surja além da primeira semana, porém, não é normal nem esperada e exige avaliação imediata.
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